quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Lendas e Folclore Nacional ~ Recontando Histórias


O que existe no sobrenatural que desperta tanto a nossa curiosidade? Existem muitas lendas pelo mundo de criaturas diversas mas quando falamos do Folclore nacional em geral é tratado como desdém. Ora, o que ele tem de diferente dos outros seres mitológicos? Nada! Porém grande parte dessa visão "abobalhada" foi graças ao Monteiro Lobato, que foi uma faca de dois gumes: trouxe as lendas mas tornou-as bobocas. Friso aqui que claro, não fosse o trabalho do Monteiro Lobato, nem um reles Saci nós conheceríamos, de modo que isso não é uma depreciação do seu trabalho de forma alguma, ele apenas não se aprofundou nas pesquisas.

Mas e se elas não fossem tão bobocas assim? Sempre pensei nisso e foi assim que resolvi criar minha própria versão de cada lenda.


O Saci é uma criatura com pele dura e resistente, como um tipo de madeira muito preta. Conta-se que, como guardião da floresta, certa vez teve sua perna arrancada e desde então usa essa mesma perna como bengala e como arma, espancando todo invasor que cause mal à sua casa. O alto da sua cabeça está sempre em chamas, motivo pelo qual sempre associam o fogo ao boné vermelho.


A Comadre Fulôzinha trás consigo uma história um tanto triste. Ela era uma menininha que se perdeu na mata e depois de andar por muitos e muitos dias, seu último fôlego foi uma oração que foi ouvida pelos espíritos e não deixou que sua alma deixasse seu corpo, desde então sua essência brilha como uma chama acima de sua cabeça. Como era uma menina cabocla, seu cabelo era muito liso e comprido, o qual usa para chicotear todos aqueles que entram na mata sem permissão.

O Curupira é um protetor da floresta. Dizem que é um ser com cabelo vermelho e que anda pela mata montado nas costas de um grande porco selvagem. Ele tem pés como de aves e as histórias que ele teria os pés virados pra trás pra enganar os caçadores, vem do seu costume de cortar os pés da última pessoa que caçou sem sua permissão, usando os membros decepados para criar as pegadas falsas.
A Cuca está sempre associada a lendas como o Homem-do-Saco. A lenda conta que ela é uma velha com aparência de jacaré e costuma, na maior parte do tempo, ser benevolente: ela ajuda as crianças que se perdem na mata. Em troca, a criança deve fazer uma oferenda para ela, colocando dentro de um pote de barro um pouco de sangue e farinha de mandioca. Caso a oferenda não seja feita, na próxima madrugada a criança misteriosamente desaparece, ficando apenas na cama seus dedinhos cortados.
A Mula-Sem-Cabeça ao contrário do que todos pensam, tem sim cabeça! Essa por sua vez é criada através de uma maldição: toda mulher que se envolver com um padre ou for fruto dessa união, todas as sextas-feiras é condenada a se transformar numa criatura hedionda com corpo de mula e uma cara desfigurada que solta fogo pela boca e pelas narinas. Há quem diga que a única maneira de quebrar a maldição é tirando seus arreios de ferro ou ferindo ela, de modo que no mínimo uma gota de sangue seja retirada dela. Quem quiser se aventurar a salvá-la, dizem que costuma ser vista nas madrugadas perto das igrejas e relinchando furiosamente.
Uma das lendas mais tristes é a da Vitória Régia. Conta a história que uma linda índia que se apaixonou pela lua e na sua ânsia de estar sempre na sua presença, ao ver a imagem dela refletida no rio, pulou em seu alcance e se afogou. Mas também há outra versão que diz que essa mesma índia possuía um amante chamado Pitá e que os dois se amavam muito. Gabando-se de quanto o amor de Pitá por ela era grande, jogou um colar no rio para que ele fosse buscar em prova de sua devoção. Pitá pulou no turbulento rio e não mais voltou, então sentindo-se culpada a índia se jogou no rio também e assim os dois nunca mais foram vistos, pois conta a lenda que no momento em que a índia se afogou, uma vitória régia emergiu no local. A Vitória-Régia hoje toma conta dos rios e lagos e é dito que, se você poluir ou destruir seu ambiente, ela aparece e te puxa para o fundo do rio...

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